Durante a Batalha das Ardenas, a Alemanha executou operações clandestinas destinadas a criar confusão entre as linhas aliadas.
Antes do alvorecer de 16 de Dezembro de 1944, catorze divisões alemãs atravessavam a enevoada floresta das Ardenas em direcção das escassamente povoadas linhas americanas. Ao longo da frente das Ardenas, a máquina de guerra alemã mergulhou implacavelmente e em superioridade numérica esmagou a pouca resistência oferecida.
Parte deste assalto de vida ou morte foi feito por uma brigada especial constituída por alemães que falavam fluentemente o inglês. Envergando uniformes americanos capturados e com armas também americanas, foram lançados atrás das linhas americanas para espalhar o pânico e a confusão entre as tropas aliadas com actos de sabotagem.
Enquanto a ofensiva decorria, a vanguarda inimiga abria profundas brechas nas linhas fracamente defendidas pelas inexperientes e cansadas divisões americanas ali colocadas.
Mas nem todas as unidades americanas eram principiantes, como o pelotão do primeiro-sargento Mike O´Hara que lutava nos arredores de Bastogne. Em combate, este veterano e astucioso sargento valia o seu peso em ouro.
Ali perto, um soldado alemão da brigada especial "Cavalo de Tróia", envergando o uniforme americano e fazendo-se passar pelo "Sargento Baker" da Nona Divisão Blindada, tinha como principal objectivo infiltra-se nas linhas americanas para obter informações. Baker integrou-se com astúcia no pelotão de O´Hara. Contudo e sem saber, cometeu um grande erro ao se introduzir neste grupo de soldados experientes. Desde logo se apercebeu que o primeiro-sargento O´Hara é um homem perigoso e não podia levantar a mínima suspeita quanto a sua verdadeira identidade. Mas o seu destino já estava traçado.
De facto, o soldado alemão Baker era um homem corajoso à sua maneira. Foi-lhe atribuído uma difícil e perigosa missão para cumprir, mas há uma forma limpa e uma forma suja de se lutar numa guerra.
Data de publicação: 1 de Junho de 1977. Semanal. 64 páginas.